sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Olhando o asfalto

Estão cortando o asfalto,
Um barulho avança, pedregulhos
Pula espalhando ao chão.

Estão furando um buraco
Bem perto do trânsito agitado.

Estão remendando o asfalto,
Cansado de ser pisado,
Em partículas misturadas.

Estão remendando as pessoas,
Quebradas de ser amassadas,
Feitas operarias, se gastão a face.

Estão remendando o poeta, irritado
Do barulho vazio sem verso, sem estrada.
( Cintia Mara da Silva )

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Matando a sede

Deslizando as águas, numa cor marrom,
Das montanhas derretendo cada parte,
Muitos mortos sobre o piso que afunda,
Rios descem, rios sobem tudo molha.
( Cintia Mara da Silva )

sábado, 1 de janeiro de 2011

Ano novo

Ano novo de outro mais velho,
Renovando com os poucos fogos de artifício,
E os cantos de cantores vão indo a festa,
Tudo esta agitado, que parece estar na esquina,
A noite levanta-se como a noite passada,
Mais barulhenta virando, a madrugada,
Já não é como as festas passadas,
Já não é novidade, só lembranças que o tempo levou,
Do que adianta desejarmos um feliz ano novo
Se será depois de amanhã a mesma coisa,
A palavra feliz, me estranha olhando tudo de novo,
Se esperarmos que o outro ano chegue logo,
É pra fugir das coisas que nos chateia de estresse,
A festa se torna remédio pra tudo,
O ano novo a esperança que cerca algum dia, um mundo feliz,
Como o natal morreu, o ano novo se foi, começando um mais velho,
Sem cabeça, sem celebro, sem braços, sem pernas,
O novo fica mais empoeirado, enferrujado,
Como cada dia, a vida amanhece sem mais uma rosa,
Tudo vai morrendo, se acabando,
Com muitos anos novos a ser feliz, num só momento esperando.
( Cintia Mara da Silva )